Ataque fatal ao MST: O que sabemos sobre a violência

Lula promete acompanhar investigações e visitar local afetado

Ataque fatal ao MST: O que sabemos sobre a violência
Reprodução PT - Cristiano Mariz

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou sua solidariedade ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) após um violento ataque no assentamento Olga Benário, localizado em Tremembé, no interior de São Paulo. O incidente, que ocorreu na noite de sexta-feira (10), resultou na morte de duas pessoas e deixou outras seis feridas, algumas em estado grave. A situação, que gerou grande comoção no movimento, levou Lula a telefonar para a direção nacional do MST, garantindo que o governo federal acompanharia de perto as investigações e reiterando seu compromisso com a proteção das famílias rurais.

Segundo o relato de Guilherme Gama da para a CNN Brasil, a Polícia Civil prendeu um dos suspeitos, identificado como “Nero do Piseiro”, conhecido por suas passagens relacionadas a crimes de porte ilegal de armas. O homem confessou sua participação no ataque e foi reconhecido pelas vítimas, o que ajudou a acelerar as investigações. O ataque, realizado por um grupo armado, aconteceu por volta das 23h de sexta-feira, quando os criminosos invadiram o assentamento e dispararam contra os moradores. Embora o MST tenha inicialmente informado que três pessoas haviam morrido, posteriormente corrigiu a informação, confirmando duas vítimas fatais: Gleison Barbosa, de 28 anos, e Valdir Nascimento, de 52 anos, conhecidos pela comunidade.

O ataque, que envolveu também ameaças e disputas internas relacionadas ao comércio irregular de terrenos no assentamento, é visto pelo MST como mais um reflexo da crescente especulação imobiliária na região, especialmente voltada para o turismo. O assentamento, que já abriga cerca de 45 famílias e é regularizado pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), está localizado em uma área estratégica, o que tem gerado pressões de setores externos. A organização do MST também mencionou que, além da disputa por terras, as famílias do assentamento enfrentam ameaças constantes, muitas vezes ignoradas pelas autoridades.

Conforme a investigação se desenrola, a polícia busca identificar outros envolvidos no ataque, com testemunhas apontando a participação de mais criminosos, sendo um deles identificado como Ítalo. A Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Taubaté segue com a apuração, enquanto as forças de segurança tentam entender o tamanho da rede envolvida. A Polícia Civil também apreendeu diversas armas no local, incluindo escopetas e munições de calibres variados, além de ferramentas como facas e enxadas.

O governo federal, através da ministra de Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Maria Evaristo dos Santos, já iniciou ações para dar suporte às vítimas e reforçar a segurança no assentamento. A ministra deverá visitar o local entre hoje e amanhã para acompanhar a situação de perto. A Polícia Federal também se comprometeu a atuar de maneira intensa, com foco na proteção das famílias e no esclarecimento do crime.

Segundo o portal G1, o presidente Lula classificou a visita ao assentamento como uma prioridade e reafirmou a importância de demonstrar o apoio do governo às comunidades rurais, que frequentemente são alvo de violência e conflitos pela posse da terra. Com as investigações em andamento, a expectativa é que mais informações sobre os responsáveis pelo ataque sejam reveladas nas próximas horas.

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