Trump assina ordem para deter 30 mil imigrantes em Guantánamo em meio a tensões diplomáticas

Donald Trump Grok

Em uma medida que intensifica sua postura linha-dura sobre imigração, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (29/01) uma ordem executiva para expandir significativamente o centro de detenção na Base Naval de Guantánamo. O objetivo é criar espaço para deter até 30 mil imigrantes sem documentação que são classificados como “criminosos de alta prioridade”.

A expansão de Guantánamo e seus impactos

A decisão veio logo após Trump assinar sua primeira legislação em seu segundo mandato – a lei Laken Riley – que simplifica o processo de prisão e deportação de imigrantes indocumentados acusados de delitos menores. “Temos 30 mil camas em Guantánamo para deter os piores criminosos estrangeiros ilegais que ameaçam os americanos”, declarou Trump durante o anúncio. “Alguns deles são tão perigosos que nem confiamos nos [outros] países para os deter, porque não queremos que voltem.”

História controversa da base

A base de Guantánamo, localizada em território cubano sob arrendamento perpétuo aos Estados Unidos desde 1903, carrega um histórico controverso. O local ficou conhecido por abrigar imigrantes durante a crise dos balseiros cubanos em 1994 e, posteriormente, por deter suspeitos de terrorismo após os ataques de 11 de setembro de 2001.

Implementação e custos

A ordem executiva determina que os secretários de Defesa e Segurança Interna tomem “todas as medidas apropriadas” para maximizar a capacidade do Centro de Operações Migratórias da Estação Naval. Tom Homan, recém-nomeado “czar da fronteira” dos Estados Unidos, enfatizou que o centro abrigará apenas “o pior dos piores”. No entanto, detalhes cruciais como cronograma de implementação e custos do projeto ainda não foram divulgados.

Reação internacional

A decisão provocou forte reação do governo cubano. O presidente Miguel Díaz-Canel caracterizou o anúncio como um “ato de brutalidade”, enquanto o ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, criticou o “desprezo pela condição humana e pelo direito internacional”. Ambos os líderes enfatizaram sua posição de que a base está localizada em “território cubano ocupado ilegalmente”.

Análise política

Will Grant, correspondente da BBC para México, América Central e Cuba, observa que as críticas cubanas provavelmente terão pouco impacto sobre a administração Trump. Com o Departamento de Estado agora sob a liderança de Marco Rubio, senador da Flórida cuja família deixou Cuba na década de 1950, o aumento das tensões com Havana pode até ser visto como um benefício adicional da medida.

A expansão de Guantánamo marca uma nova fase na política migratória dos Estados Unidos, sinalizando uma abordagem ainda mais rigorosa em relação à imigração irregular. Conforme os detalhes da implementação começam a surgir, especialistas e organizações de direitos humanos continuarão monitorando de perto os desenvolvimentos desta controversa decisão.

Mais previsões: Meteorologia em Lisboa

Últimas notícias

Leia mais