IPCA 2024: Alimentação e Bebidas sobe 7,69%

Entre os grupos de consumo, o maior destaque foi Alimentação e Bebidas

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A inflação no Brasil em 2024 apresentou variações significativas nos diferentes grupos que compõem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), refletindo os impactos de fatores econômicos e conjunturais específicos do ano. A análise dos dados divulgados pelo IBGE mostra um panorama de altas generalizadas nos preços, com algumas exceções que contribuíram para aliviar o índice final.

Destaques do IPCA de 2024

O IPCA encerrou 2024 com alta de 4,83%, dentro da meta estipulada pelo Banco Central. Entre os grupos de consumo, o maior destaque foi Alimentação e Bebidas, com aumento de 7,69%, respondendo por cerca de um terço da inflação do ano, o que equivale a 1,63 ponto porcentual (pp).

Esse avanço reflete, entre outros fatores, a alta nos preços de itens básicos como o leite longa vida, que subiu 18,83% (impacto de 0,13 pp), e o café moído, que disparou impressionantes 39,60% (impacto de 0,15 pp).

Outros grupos também exerceram forte pressão:

  • Saúde e Cuidados Pessoais: aumento de 6,09% (impacto de 0,81 pp), impulsionado pelo reajuste nos planos de saúde (7,87%) e produtos de higiene pessoal.
  • Transportes: alta de 3,30% (impacto de 0,69 pp), principalmente devido à elevação de 9,71% na gasolina, que sozinha contribuiu com 0,48 pp para o índice.

Itens com maior impacto

Dentro dos produtos e serviços analisados, além dos já mencionados, destacam-se:

  • Refeição fora de casa: alta de 5,70%, impactando em 0,20 pp.
  • Aluguel residencial: aumento de 3,45% (impacto de 0,13 pp).
  • Ensino fundamental: elevação de 8,86%, refletindo no impacto de 0,14 pp.

Embora a maioria dos grupos tenha registrado aumentos, alguns itens apresentaram quedas expressivas, aliviando o impacto total da inflação.

Itens com contribuição negativa

Entre os principais alívios para o IPCA de 2024, destacam-se:

  • Passagem aérea: queda de 22,20%, contribuindo com -0,21 pp.
  • Cebola: redução de impressionantes 35,31% (-0,07 pp).
  • Tomate: retração de 25,86% (-0,07 pp).
  • Batata-inglesa: queda de 12,53% (-0,03 pp).

Outros itens como automóveis usados (-1,08%), pacotes turísticos (-3,84%) e energia elétrica residencial (-0,37%) também ajudaram a conter o avanço do IPCA.


Visão por Grupos

  1. Habitação:

O grupo Habitação registrou alta de 3,06% em 2024, com impacto de 0,47 pp no IPCA. Os principais responsáveis foram os aumentos em despesas com condomínio (6,25%) e aluguel residencial (3,45%). Por outro lado, a queda de 0,37% na energia elétrica residencial ajudou a compensar parte da pressão.

  1. Despesas Pessoais:

Este grupo apresentou aumento de 5,13%, com impacto de 0,52 pp. Serviços bancários tiveram destaque, com elevação de 8,03%.

  1. Educação:

A alta de 6,70% no setor educacional foi puxada principalmente pelo ensino fundamental (8,86%) e médio, refletindo a pressão dos reajustes anuais nas mensalidades.


Pressões no mês de dezembro

O mês de dezembro teve um IPCA de 0,52%, com destaque para a alta de 1,42% na refeição fora de casa, que contribuiu com 0,05 pp.

Outros itens com impacto positivo incluíram:

  • Transporte por aplicativo: contribuição de 0,04 pp.
  • Passagem aérea: 0,03 pp.
  • Gasolina: 0,03 pp.

No lado negativo, a queda de 3,19% na energia elétrica residencial foi o principal alívio, reduzindo o índice em -0,13 pp.


O que explica a inflação de 2024?

Dois fatores principais influenciaram o comportamento dos preços no Brasil em 2024:

  1. Pressões externas e câmbio:
    A alta de commodities, como o petróleo, impactou diretamente os preços de combustíveis, enquanto a valorização do dólar elevou o custo de insumos agrícolas e industriais.
  2. Condições climáticas:
    Fenômenos como o El Niño afetaram a produção de alimentos, pressionando itens como leite e café.
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