A Prefeitura de São Paulo tomou uma decisão definitiva nesta quarta-feira (29) que promete impactar o transporte público da capital: a proibição da UPBus e Transwolff de operarem linhas de ônibus na cidade. As empresas, que atendem mais de 600 mil passageiros diariamente nas zonas Sul e Leste, são investigadas por supostas ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Impacto e transição
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) anunciou que publicará uma portaria nesta quinta-feira (30) para identificar empresas interessadas em assumir as operações. As atuais concessionárias terão seus contratos cancelados após esgotarem todas as possibilidades de recurso na esfera administrativa. Por enquanto, para garantir a continuidade do serviço, as empresas permanecerão sob intervenção da prefeitura.
Investigação e evidências
A decisão surge após uma extensa investigação que começou em abril do ano passado, quando o Ministério Público deflagrou uma operação focada nos presidentes das companhias. Um caso particularmente notável foi a prisão preventiva de Ubiratan Antonio da Cunha, presidente afastado da UPBus, em julho de 2024, sob acusações de lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
O processo de substituição
A administração municipal estabeleceu um prazo de 30 dias para que empresas já atuantes no setor manifestem interesse em assumir esses contratos. Caso não apareçam interessados ou se nenhuma empresa atender aos critérios da SPTrans, será necessário abrir uma nova licitação.
Defesa das empresas
A Transwolff reagiu fortemente à decisão, classificando-a como “arbitrária” e prometendo contestação judicial. Em nota, a empresa argumentou que não há comprovação de vínculos com organizações criminosas e criticou o procedimento administrativo como “repleto de inconstitucionalidades”.
Garantias à população
A prefeitura enfatizou que manterá as intervenções em curso nas concessionárias para garantir:
- Continuidade dos serviços à população
- Pagamento dos funcionários
- Manutenção dos compromissos com fornecedores
Próximos passos
Uma equipe técnica e jurídica da prefeitura conduzirá o processo de substituição, priorizando a manutenção integral do atendimento à população. A decisão marca um momento crucial para o transporte público paulistano, evidenciando os desafios de garantir a lisura nas concessões públicas e a qualidade do serviço prestado aos cidadãos.
A substituição dessas empresas representa não apenas uma mudança operacional, mas também um importante marco no combate à influência do crime organizado no transporte público da maior cidade do Brasil.