A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado. A lista inclui militares, políticos, policiais federais, assessores e um jornalista. Entre os denunciados, 23 são membros das Forças Armadas, e Bolsonaro, ex-capitão do Exército, também faz parte deste grupo.
Ex-Ministros também foram denunciados
Além de Bolsonaro, ex-ministros do governo, como Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Anderson Torres, também estão entre os denunciados. A acusação é a primeira contra um ex-presidente da República por tentar atacar o Estado democrático de direito, com base em um inquérito que investigou a atuação de Bolsonaro e seus principais auxiliares.
A organização criminosa liderada por Bolsonaro
A PGR alegou que Bolsonaro liderava uma organização criminosa com o objetivo de garantir sua permanência no poder, mesmo após perder as eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva. A denúncia destaca que os envolvidos atuaram de forma coordenada, culminando nos eventos criminosos de 8 de janeiro de 2023, na Praça dos Três Poderes.
Inclusão de Jornalista e Engenheiro na lista
Dentre os denunciados, o jornalista Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente João Figueiredo, e o engenheiro Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, conhecido por atacar o sistema eleitoral, também foram incluídos na denúncia.
A denúncia e suas cinco peças
A denúncia foi dividida em cinco partes, com o objetivo de otimizar o processo. Os envolvidos são acusados de tentar desestabilizar a ordem democrática e depor o governo legitimamente eleito. A acusação também detalha como a trama golpista de Bolsonaro começou com ataques ao sistema eleitoral e culminou nos atos golpistas de 8 de janeiro.
Depoimentos cruciais na investigação
Os ex-comandantes do Exército, general Freire Gomes, e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos Baptista Júnior, confirmaram que Bolsonaro discutiu a minuta golpista com eles, mas ambos rejeitaram a proposta. Além disso, o general Estevam Theóphilo, comandante do Coter, teria aceitado a proposta golpista de Bolsonaro.
Plano de assassinato contra Lula e Moraes
A denúncia também revela um plano de assassinato contra Lula, Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, elaborado por militares próximos a Bolsonaro, incluindo o general Mário Fernandes, preso desde novembro de 2024. A investigação revela detalhes das trocas de mensagens e reuniões nas quais Bolsonaro e seus aliados discutiram formas de reverter os resultados da eleição de 2022.
O julgamento no STF
O caso será analisado pela Primeira Turma do STF, que agora trata essas ações em Turmas menores, mais rápidas. Além disso, Bolsonaro ainda é investigado em outros processos, como fraude em cartão de vacinação e desvio de dinheiro em joias recebidas enquanto era presidente.